quarta-feira, 27 de julho de 2011

QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA

Gente do céu
Mais uma história adaptada


Em seus tempos de jogador de várzea, Arides foi um craque - emérito cabeceador e com excelente visão de jogo. volta e meia, vivie a relembrar suas glórias e, após umas cervejinhas, invariavelmente acaba exagerando “um pouco” na lembrança de seus feitos.

  Marquinhos  Pimpolho é seu amigo e companheiro do dia a dia. Mas tinha uma característica peculiar: detesta mentiras. Nada o aborrece mais do que ouvir alguém mentindo.

E Arides naquele dia estava impossível. Contava que certa vez seu time foi jogar contra o maior adversário, de uma cidade vizinha, e ele, com o joelho machucado, não pôde ser escalado.

Ao final do primeiro tempo, seus companheiros já perdiam por 3 x 0. Após o intervalo, a coisa piorava a cada instante: aos 30 minutos o placar apontava 5 x 0 para a equipe da casa. Foi quando o técnico chamou o Arides:

- Meu ídolo, eu sei que você não está em condições de jogar, mas preciso que entre para evitar um vexame maior.

E o nosso herói começou a contar para os amigos, mais uma de suas proezas:

- Aos 35 minutos, escorei um córner de cabeça e fiz 5 x 1. Aos 37, driblei três adversários e de virada diminuí para 5 x 2. Aos 40, arrematei de voleio: 5 x 3!

- Ia narrando o antigo craque, embalado pelas “louras geladas”.

Em um canto, impassível e aparentemente dormindo, 
  Marquinhos  Pimpolho apenas ouvia.

- Aos 43, de bicicleta, fiz 5 x 4...

  Marquinhos  Pimpolho  parecia mesmo cochilar...

- Aos 45, quando o juiz já se preparava para terminar a partida, peguei a bola na intermediária, passei por três zagueiros, invadi a área, fintei o goleiro...

Mas antes que o nosso craque concluísse o lance, 
  Marquinhos  Pimpolho interrompe a narrativa, levantando aos berros:

- ARIDES! Se você empatar este jogo eu eu chamo a policia e mando te prender!
Então até amanhã

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